quinta-feira, agosto 14, 2014

Não, não sou.

Reflexão.
Eu escrevo, eu penso, às vezes sou um gênio.
Talvez o seja sempre e a minha ignorância não perceba o óbvio.
O não. Palavra tola e irresponsável. Detesto-a!
Eu leio, escrevo, obedeço.
Cedo, assumo a ignorância que não é minha, a falta de raciocínio que não me pertence, a perspicácia e observação real que não vejo.
Escuto  e absorvo o não, mais do que preciso ou até não preciso.
Na verdade, não preciso do não.
Não, não preciso não.
Muitos, muitos mesmo me fizeram menor do que sou por despeito, inveja, querendo ser igual ou melhor a mim, ou ainda por elevada autoestima.
Eu?
Continuo sendo Eu. Igual, de sempre. Os outros? não sei... perdas e ganhos, sempre.  Talvez uns tenham tido sucesso, outros nem tanto.
Acho que sou caminho, passagem, alameda, rua de seguir em frente, banco de trem, assento de avião, de ônibus, vaga de garagem, ingresso de entrada, passagem de ida.
Sou de passagem, aquela que viabiliza. Uma esteira rolante, cama pronta para os outros.
Vida...
Interessante.
Caminho, acordo, durmo, adoeço, leio e leio e leio e sinto os acontecimentos de uma maneira tão forte e significativa que penso fazer parte deles. Sim !!! deles, aqueles divinos.
Ninguém irá entender quem são e nem vou explicar. Minha mente é o suficiente para sabê-los.
Mas, por dentro, faço parte deste seleto, muito seleto grupo: os divinos. Com uma diferença: sou invisível, ignorada, escondida, guardada por mim mesma, pois me sinto rodeada  de redes de segurança, grades, portas fechadas. E me escondo e me conformo e sofro por sentir e não poder ser.
Escrevo, sinto, leio, ouço, canto e sofro a flor da pele.
Não sou deste mundo.
Estou passando por aqui...

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